Palestra em Canavieiras visa diagnosticar Mucopolissacaridose

A palestra foi ministrada pela médica geneticista Helena Pimentel
Ascom/Walmir Rosário

A Secretaria da Saúde de Canavieiras e a Associação Baiana de Mucopolissacaridose e Doenças Raras promoveram na manhã desta terça-feira (6), no auditório da Secretaria da Educação, palestra sobre a Síndrome da  Mucopolissacaridose. A finalidade do evento, segundo a secretária municipal da Saúde, Roberta Barros, é levar informações aos profissionais que trabalham com crianças, no sentido que possam detectar os sintomas da doença no público trabalhado.

Para alcançar esse objetivo, foram convidados os profissionais ligados à área da saúde, assistência social e educação do Município, para que pudessem tomar conhecimento dos aspectos da doença e encaminhar os possíveis portadores aos serviços de saúde. Segundo a presidente da Associação Baiana de Mucopolissacaridose e Doenças Raras, Márcia de Oliveira, é muito importante o diagnóstico, para que seja otimizado o tratamento.

A palestra foi ministrada pela médica geneticista Helena Pimentel, que trabalha no Hospital Roberto Santos e na Apae, além de prestar consultoria ao Ministério da Saúde. Segundo a médica, apesar de os sintomas aparecerem nos primeiros anos de vida, nem sempre o diagnóstico demora de ser feito, com prejuízos para o tratamento.

A síndrome de Mucopolissacaridose é causada pela ausência ou falta de uma enzima hereditária, o que torna os acometidos incapazes de degradar o sulfato de dermaten, um glicosaminoglicano (GAC) encontrado nos tecidos conjuntivos do corpo. Como é uma doença progressiva, à medida que o GAC vai se acumulando, as manifestações clínicas são bastante agravadas.

No Brasil existem atualmente 600 casos diagnosticados, número que vem crescendo de acordo com a divulgação da síndrome. Na Bahia, já existem alguns centros de tratamento, a exemplo do Hospital Roberto Santos, em Salvador, além de Barreiras, Vitória da Conquista, Monte Santo, Jacobina, Senhor do Bonfim e Irecê. Em Ilhéus, o Hospital Regional Luiz Viana Filho realiza o tratamento de um paciente de Camacã.

A Síndrome da Mucopolissacaridose não tem cura, mas o tratamento contínuo permite a convivência com a doença, proporcionando a desaceleração e a evolução. Com isso, o paciente terá uma melhoria na qualidade de vida das pessoas acometidas.

Apesar de usualmente não afetar a inteligência das pessoas acometidas, outras partes do corpo são afetas, como a face. A criança tende a ter uma boca grande, nariz largo, achatamento da ponte nasal, macroglossia e lábios volumosos e pescoço curto. Também têm baixa estatura e flexão dos joelhos, dentre outras deformidades.